segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SURGIMENTO DO JORNALISMO IMPRESSO NO BRASIL


SURGIMENTO DO JORNALISMO IMPRESSO (2)
NO NOVO MUNDO

Na Antigüidade, os rapsodos percorriam reinos e impérios difundindo as informações.
O Império Romano possuía um boletim oficial que era afixado na tábua branca no muro da residência de César: Acta Diurna Populi Romani, criado por Júlio César em 69 A.C.
Este tipo de boletim-mural também era presente em outras civilizações como no Egito, na Babilônia e na Grécia.

Com a queda de Roma e o advento do mundo feudal, a troca de informações ficou restrita. Mesmo assim, os trovadores tornaram-se os divulgadores das notícias entre os feudos.
Em 1440, Johannes Gensfleisch, mais conhecido como Johannes Gutenberg revoluciona com a invenção da imprensa a produção de livros, jornais, boletins e demais documentos em grande escala.

Revolução Industrial alterou novamente o cenário mundial e das Américas. A efervescência cultural dos séculos XVIII e XIX contribuiu para multiplicar o interesse pelo jornalismo.
A produção de jornais em grande escala, a partir da criação de impressoras a vapor e a utilização da publicidade para cobrir parte das despesas dos periódicos, permitiram que o preço do exemplar caísse, possibilitando o acesso a um maior número de pessoas. O jornalismo tornava-se cada vez mais uma prática profissional e comercial, elaborando-se, ganhando estilo e código de ética.
O JORNALISMO NO BRASIL

A história do jornalismo tupiniquim começa em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil. O Correio Braziliense, o primeiro a circular pelo país de maneira clandestina, era editado, em Londres, pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa. Seu cunho era republicano.
D. João VI então cria a Imprensa Régia, que editava o monarquista Gazeta do Rio de Janeiro. Outras publicações surgiram para propagar as duas vertentes: republicanos e monarquia.

Em 1821 surgem as primeiras publicações pró-independência como os baianos o Diário Constitucional e o A Malagueta, mais Sentinela da Liberdade e Guarita de Pernambuco.
Com a autonomia política brasileira, em 1822, os panfletários se propagaram em diversos estados:

Farol Paulista e o Observador Constitucional - São Paulo
O Precursor das Eleições - Minas Gerais
O Olindense - Recife
O século XIX foi marcado também pelo jornalismo literário, com a presença de escritores conhecidos nas escolas como José de Alencar e Machado de Assis.

EDITORIAS OU CADERNOS

As publicações são geralmente divididas entre editorias temáticas, agrupando os assuntos mais comuns do noticiário.
Isto é mais visível em grandes jornais diários organizados em Cadernos e Suplementos, sempre separados.
As publicações seguem geralmente o seguinte modelo:

-Geral
Aborda assuntos diversos como acidentes, cataclismas, intempéries, tragédias, buraco de rua e até crimes (estes normalmente reservados para a página policial).

-Local ou Cidade
Assuntos de interesse local (da cidade) ou da região .

-Nacional ou País
Aborda assuntos diversos Abrange notícias de outras localidades do país

-Nacional ou País Política
Dispensa qualquer comentário. Às vezes agrupada com a anterior.

-Turismo
Roteiros de viagem e serviços sobre destinos turísticos.

-Comportamento
Nova tendência do novo século com assuntos diversos como o comportamento social, consumo, relacionamentos, saúde, família e medicina.

-Educação e Vestibular
Com temas educativos e pedagógicos. São fontes de pesquisa escolar e oferecem calendários de provas e acesso universitário e concursos públicos.

-Infantil e Feminino
Especializados em assuntos estereotipicamente associados a gênero e faixa etária.

-Esporte
Um dos mais apreciados e importantes comercialmente. Aborda todas as modalidades esportivas; em especial o futebol.

-Polícia
Crimes e reportagens de segurança, às vezes incluindo também ações de Defesa Civil e Bombeiros.

-Internacional
Compreende assuntos diversos de política internacional, relações externas, diplomacia, economia internacional, cultura estrangeira e ainda assuntos diversos, desde que ocorridos no exterior.

-Economia
Sempre notícias relacionadas às atividades produtivas do país, região ou cidade onde se localiza o jornal. As vezes ainda é fatia em sub-editorias.

Gêneros jornalísticos


Oficina Gêneros Jornalísticos
Reflexões sobre o uso do Jornal na sala de aula

O Jornal na sala de aula

"Janelas de Papel"
Ajuda os alunos a entrarem em contato com o mundo e a atualidade - jornais e revistas são mediadores entre a escola e o mundo;
A leitura crítica do jornal ajuda na formação de cidadãos críticos também;
Textos jornalísticos de qualidade ajudam a ensinar os padrões da Língua e a norma culta para os alunos;

A leitura e a produção de um jornal proporcionam o contato com o texto escrito autêntico, com função social.


Pedagogia da Informação


Conhecer os sistemas e suportes do texto jornalístico
Não se deixar enganar pelo mito da objetividade


Organização do jornal


Cadernos
Seções
Periodicidade
Expediente (comitê editorial, jornalistas responsáveis)
Cadernos permanentes
Folha de S. Paulo
1º Caderno
Editorial / Charge
Artigos de Opinião
Tendências e Debates
Painel do Leitor
Brasil
Toda a Mídia
Mundo
Dinheiro
Cotidiano
Ilustrada
Esporte
Cadernos semanais
Folha de S. Paulo
Segunda-feira: Folhateen
Terça-feira: Fovest
Quarta-feira: Informática
Quinta-feira: Turismo e Folha Equilíbrio
Sexta-feira: Guia da Folha
Sábado: Classificados e Vitrine
Domingo: +Mais, Classificados (Imóveis, Veículos, Empregos e Negócios), Revista da Folha.

Organização do Jornal


PRIMEIRA PÁGINA
Cabeçalho
Data
Manchete
Subtítulo (linha fina / olho)
Títulos de outras notícias: chamadas de capa
Fotos com legenda
Índice
Previsão do Tempo
Chamada para outros cadernos do dia

Gêneros Jornalísticos:

Manchete


Destaca (e sintetiza) o aspecto mais importante de uma notícia, de modo a chamar a atenção do público.
Geralmente vem acompanhada de um subtítulo que adianta mais algumas informações trazidas pela notícia.

Notícia


Relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante. São os acontecimentos do dia ou da semana que, por sua natureza, tenham algum interesse jornalístico.
Lide (do inglês lead): quem, o quê, quando, onde, como e por quê.
Pirâmide Invertida: do fato mais importante para o menos importante


Reportagem


Conjunto de matérias sobre um determinado tema, aprofundando um fato ou conjunto de fatos no tempo e no espaço: comparam-se acontecimentos de épocas passadas com os atuais, fatos semelhantes ocorridos em outras localicades; recorrem-se a depoimentos de testemunhas ou a comentários feitos por personalidades.


Artigos de Opinião


Textos argumentativos que trazem a opinião, seja do jornal ou do leitor, sobre um determinado assunto.
Geralmente aparecem na 2ª ou 3ª páginas dos jornais
Ex: Artigos de opinião e Editorial (não é assinado pois representa a posição do jornal)

Entrevista


Formato de perguntas e respostas, geralmente com uma personalidade ou especialista em um determinado assunto.

Classificados


Espaço para comercialização de produtos, imóveis e carros diretamente com o proprietário
Anúncios pequenos
Compra, venda, troca e aluguel
Mensagens curtas e objetivas

Publicidade (propaganda)


Tem como finalidade influenciar o leitor para comprar produtos oferecidos por lojas, fabricantes ou empresas, que se apresentam através de uma marca.

Crônicas

Gênero literário que retrata situações do cotidiano. Em geral é publicada em jornais e revistas e refere-se a temas do momento.
Alguns autores conhecidos: Moacyr Scliar.
Humor
Charge
Histórias em quadrinhos
Cartas / E-mails
Seção reservada para correspondência entre leitor e o jornal
Espaço de interação e respeito à opinião do leitor
Características: a carta deve situar o texto e o autor em questão e a data de publicação. Traz as mesmas características de uma carta formal.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quadro das narrativas

Contos de Fadas
Situação Inicial: construção do cenário. apresentação das personagens, lugar,situação.
Conflito: provocado por ação maldosa contra pessoa bondosa.Encantamentos. Ação malvada é amenizada pela ajuda de seres mágicos.
Clímax: a personagem do bem fica em perigo. batalha final, o mal faz sua pior ação.
Desfecho: o bem triunfa e o mal é castigado. final feliz.
Características: presença de seres mágicos, alterando o destino humano. fantasia X realidade.
Tempo: tempo indeterminado: " era uma vez". uso, em geral do pretérito perfeito ( passado) no enredo e presente nos diálogos.
Espaço: " Num reino distante", "em uma floresta", "no bosque".
Personagens: reis, rainhas, príncipes, princesas, seres malvados, seres mágicos.

Lendas
Situação inicial: construção do cenário. apresentação das personagens, lugar, situação.
Conflito: a personagem enfrenta obstáculos. tentativa de solução do problema.
Clímax: personagem enfrenta o momento mais difícil da situação.
Desfecho: resolução: transformação da situação vivida.
Características: mostra a sabedoria de um povo, explicando fenômenos do mundo. sobrenatural X realidade.
Tempo: situa o leitor em um tempo distante, o momento histórico do povo que a criou: Idade Média, Antiguidade. No começo do mundo. Há muito tempo atrás.
Espaço: lugar da origem da lenda: na tribo..., em Santa Catarina.
Personagens: seres humanos, heróis, seres míticos, indígenas.

Fábulas
Situação Inicial: construção do cenário. Apresentação das personagens, lugar, situação.
Conflito: obstáculos, dificuldades. tentativa de saída do problema.
Clímax: personagem enfrenta momento mais difícil da situação.
Desfecho: ensinamento moral: lição a ser tirada daquele acontecimento.
Caracterísiticas: busca transmitir um ensinamento, por meio da fala de animais. fantasia X realidade.
Tempo: presente mítico nos diálogos.
Espaço: floresta, campo, cidade.
Personagens: animais personificados, exemplificados tipos de comportamentos humanos.

Causos
Situação inicial: construção do cenário. apresentação das personagens, lugar, situação.
Conflito: obstáculos, dificuldades. tentiva de saída do problema.
Clímax: personagem enfrenta o momento mais difícil da situação.
Desfecho: resolução do problema.
Características: valor histórico, lida também com problemas humanos universais.
Tempo: indeterminado. uso em geral do pretérito perfeito ( passado) no enredo e presente nos diálogos.
Espaço: local onde ocorre o causo.
Personagens: seres humanos , heróis.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Poesia: Aula de Leitura

AULA DE LEITURA

A leitura é muito mais
do que decifrar palavras
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender

vai ler nas folhas do chão
se é outono ou verão;

nas ondas soltas do mar
se é hora de navegar;

e no jeito da pessoa
se trabalha ou se é à-toa

na cara do lutador,
quando está sentindo dor;

vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;

e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;

e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;

e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou se vai lento;

e também no calor da fruta,
e no cheiro da comida,

e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,

e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,

vai ler nas nuvens no céu,
vai ler na palma da mão,

vai ler até nas estrelas,
e no som do coração.

Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos tem segredos
difíceis de decifrar

( Ricardo Azevedo)